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quinta-feira, 20 de abril de 2017

E acabou....


E chega ao fim este lindo, maravilhoso e emocionante relato.

Registro aqui algumas coisas que aprendemos e conhecemos ao longo de nossos 45 dias de mochilão e recomendo que você, que está louco para viver uma aventura assim, não perca tempo. O que te impede? Pouca grana? Filhos? Compromissos? Incertezas? Nós temos todos esses itens e eles fizeram parte de nosso dia a dia durante nossa expedição.
Vivemos uma experiência incomparável!




Conhecemos um tipo diferente de sanduíche:
Montevidéu, Uruguai
"Miga, sua loca! Vou te comer!"

Aprendemos que nossos vizinhos fazem misturas bastante exóticas com comida e café:

Montevidéu - Uruguai
Buenos Aires - Argentina

Aprendemos que podemos encontrar apoio em qualquer lugar:

Montevidéu, Uruguai

Aprendemos que não se deve confiar em qualquer um:
Casa Rosada-
Buenos Aires, Argentina

Aprendemos e ensinamos a subir em árvores:
Buenos Aires, Argentina

E a abraçá-las:

Colonia del Sacramento, Uruguai

Aprendemos como é bom deitar na grama numa praça qualquer:
Buenos Aires, Argentina

Aprendemos a fazer "xis" para tirar fotos:

Buenos Aires, Argentina

Aprendemos que, dando muito amor,...:


Buenos Aires, Argentina
...recebemos um montão de volta:

Salta, Argentina

Córdoba, Argentina

Aprendemos que não é em qualquer lugar que somos bem-vindos:

Córdoba, Argentina

Aprendemos que, seja onde for, o mais importante da vida é fazer amigos:

Copacabana, Bolívia
Buenos Aires, Argentina

Purmamarca, Argentina
Tilcara, Argentina

Aprendemos que o mais lindo de nós é o nosso legado:

Salta, Argentina

Copacabana - Bolívia


Uma cidadezinha à beira do lago Titicaca, com a mistura perfeita e contrastante entre a fortíssima tradição do povo local e a variedade cultural constante dos muitos mochileiros que por ali passam diariamente. Nunca vimos uma cidade com tanto movimento de mochileiros, o que se revelou uma grande surpresa já que o acesso não é nada fácil - embora bem mais fácil para quem vem do Peru, é verdade - e por ser, pelo menos para nós, um local de pouco renome. Provavelmente esse movimento se dá devido ao fato de que a cidade é a única forma de acesso à Isla Del Sol, que fica a 2 horas de balsa dali e que é, segundo consta, o berço da civilização inca. Ou seja, uma visita muitíssimo atraente para os aventureiros, que, conforme pudemos notar nos quatro dias em que estivemos por lá, vêm de todos os lados: América do Sul; peruanos, colombianos, bolivianos, argentinos etc.; Europa; franceses, alemães, portugueses...; e até America do Norte; não vimos americanos, mas conheci uma canadense. Enfim, embora pouco conhecida nas terras tupiniquins, onde Copacabana é uma só, fica no Rio e tem lindas praias (com joaninhas na areia), parece que a Copacabana boliviana é um sucesso no resto do mundo. E isso apesar da infra-estrutura precária: água altamente contaminada (campanhas de conscientização do governo recomendam que a água seja fervida por 8 a 10 minutos antes do consumo), banheiros daquele jeito que já sabemos, comida com alto risco de contaminação (praticamente todo mochileiro que já passou pela região tem alguma indigesta historinha envolvendo piriris estomacais ou intestinais para narrar), ônibus para viagens consideravelmente longas, de 4 ou 5 horas, toscos e sem banheiro (o que vai bastante mal com o item anterior), enfim... Ainda assim a cidadezinha é encantadora, os habitantes são gentis, a comida, embora mortal, é uma delícia, e o chá de coca está presente o tempo todo para tratar os eventuais revertérios dos desavisados.
Neste vídeo, podemos ver o que quero dizer com "fortíssima tradição":





Achei absolutamente lindo de se ver: a dança tradicional, as roupas típicas, o costume de jogar um pouco de cerveja pro santo antes do consumo (a cerveja local não é lá essas coisas, então não dá muita dó)... As mulheres da região, em sua maioria, se vestem nesses padrões no dia a dia: saia  bem rodada e duas longas tranças, o que fez Sofia ter convicção que se tratavam, todas, da princesa Anna do filme Frozen. O lindo é que elas retribuíam a admiração com muito carinho nas mãos e nos cabelos e muitos elogios de "Que hermosa!" pela figura incomum que Sofia representava para elas: uma criança branca e loira não é coisa corriqueira de se ver por ali, já que mochileiros não costumam se enveredar por tais aventuras com filhos.

Outra cena que reporta à tradição e que faz o link com o post anterior, onde comento que Fernando saiu para comprar alguns itens alimentícios: 




Agora um pouco das paisagens de Copacabana:


Lago Titicaca 
Monumento com imagens de indígenas

Tranquilidade e sossego à beira do lago

Senhoras da região em trajes típicos
E um deslumbrante pôr de sol à beira do lago:

O que dizer?
Uau!

Por motivos de piriris, não pudemos visitar a Isla Del Sol, o que talvez não teria sido realmente adequado para a Sofia, já que chegar lá e voltar de lá exige, como eu já citei, uma viagem de 2 horas de balsa. Não sabemos bem a qualidade dessa tal balsa, mas podemos imaginar, então... Fica para outra vez, quando procuraremos chegar à Copacabana pelo Peru, o que provavelmente será menos radical. Sem dúvida a cidade vale uma segunda visita.

Sair de Copacabana foi uma grande novela, teve viagem de 4 horas de ônibus sem banheiro com o Fernando com piriri, teve passagens compradas às pressas online de dentro do aeroporto de La Paz na madrugada porque as supostamente adquiridas anteriormente não haviam sido faturadas (falta de saldo no cartão; como eu já disse, nosso orçamento foi baixo, muito baixo mesmo...) e não havíamos percebido este detalhe, teve muito mais rebuliço estomacal na chegada ao Brasil, teve Sofia indo direto ao PS assim que chegamos em Santos sofrendo de extremos vômitos levada pelo pai e pela avó porque a mãe, nas mesmas condições, não tinha ânimo para acompanhar... Enfim, não vou dar muitos detalhes porque não vale a pena saber a fundo, mas darei duas importantes dicas: uma - não coma saladas; duas - se alguém perto de você sofrer de intoxicação alimentar, não compartilhe copos e utensílios com esta pessoa.

Para animar um pouco esse final, que ficou meio manchado com tantas indisposições estomacais e intestinais, farei uma último postagem de despedida.