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domingo, 27 de novembro de 2016

Córdoba


Depois de conhecermos bastante (mas não o suficiente) de Buenos Aires, nos dirigimos a Córdoba. Pelo que percebi, Córdoba é aquela cidade "ame-a ou odeie-a". Perguntando para as pessoas nos hostels, alguns diziam que ela era sem graça e que lá não tinha nada demais, outros diziam que era linda e parada obrigatória.

Nosso objetivo em Córdoba era mais descansar e ficar dois dias mais tranquilos, já que a estadia em Buenos Aires havia sido bastante cansativa. Alugamos um apezinho pelo Airbnb bem próximo ao centro histórico, saímos de Buenos Aires à noite e chegamos em Córdoba pela manhã. A viagem de ônibus foi super tranquila, Sofia dormiu e não deu trabalho.

O primeiro dia foi de preparar uma alimentação mais enriquecida para a Sofia, então até feijão eu comprei para fazer no dia seguinte. É muito difícil achar feijão ("porotos") na Argentina. Depois de muito procurar no supermercado, achei três saquinhos de feijão preto escondidos na seção de grãos. A Sofia adora feijão preto, então beleza. Deixei de molho de um dia para o outro e cozinhei por uma duas horas. Ficou bonzinho e ela comeu, com arroz e frango, ufa!  

Passeamos pelo centro e conhecemos um pouco da cidade. Visitamos o Museo Historico Provincial Marqués de Sobremonte, uma enorme casa em estilo espanhol que pertenceu ao Marqués de Sobremonte, se encontra em seu estado original e é provavelmente o mais antigo imóvel residencial de Córdoba. 

Infelizmente falhamos em registrar o passeio pelo museu, mas achei esta foto no Google
A visão da Plaza San Martin à noite nos encantou. 


Plaza San Martin, Catedral de Córdoba ao fundo
Sofia operando o pau de selfie

Foi em Córdoba que Fernando encontrou uma peça-chave para o bem-estar da Sofia durante a viagem: o Olaf

No último dia, saímos do apartamento à hora do almoço e fizemos um passeio pela cidade, buscando alguma distração até que chegasse a hora de nossa viagem de ônibus até Salta, porém era feriado - dia do funcionário público - e, embora houvesse muito o que ver e visitar, tudo estava fechado. Ainda nos deparamos com algumas construções lindas na área conhecida por Nova Córdoba, e comemos uma pizza aceitável num restaurante super legal chamado Santos Colores, em frente à Iglesia del Sagrado Corazón (para Sofia, mais um castelo), que é muito mais linda ao vivo que em foto. 


Iglesia del Sagrado Corazón ou Iglesia de los Capuchinos - Nova Córdoba
Santos Colores
Devido ao feriado, percebemos que o dia não estava para turistas e quase nos contentamos em ficar na pracinha em frente à rodoviária até a hora da saída de nosso ônibus para Salta, mas nosso orgulho não permitiu.




Por fim, chegou a hora e enfrentamos mais 12 horas de viagem rumo a Salta.



Dicas para viajantes


Conforme vamos percebendo coisas fundamentais numa viagem como essa, vamos postando aqui também para ficar como dicas para quem quiser se aventurar.

Uma dica legal é levar xuxinhas de cabelos ou elásticos para amarrar saquinhos de comidas que a gente acaba comprando no caminho. Principalmente no nosso caso, que já sabíamos que teríamos que cozinhar por causa das exigências alimentares da Sofia. Arroz, feijão, macarrão, essas coisas... 

Uma coisa da qual sentimos muita falta: uma frigideirinha em boas condições. Nos hostels e casinhas em que ficamos, nunca achamos uma frigideirinha em boas condições pra fazer ovos mexidos, que a Sofia adora. Então nos arrependemos por não ter trazido a nossa pequenininha,  novinha e com teflon, pendurada por um gancho na mochila. Se vocês repararem bem, mochileiro sempre tem uma porção de coisas penduradas por ganchos nas mochilas. Então, ganchos também são uma ótima dica.

E outra coisa que sentimos falta e tivemos que comprar: durex. Também para fechar embalagens e afins para que não vazem nos trajetos.


sábado, 26 de novembro de 2016

Buenos Aires – Argentina



Lá, tínhamos uma reserva de 3 dias num hostel – quarto de casal privado com banheiro. O quarto era razoável, mas o hostel era bem tosco. É que fiz a reserva às pressas no meio da confusão em Piriápolis, não tive paciência de procurar muito e reservei no primeiro hostel com preço dentro de nosso orçamento e com boa localização, embora tivesse uma avaliação baixa – 6,7. O ideal quando se busca por hostel é checar as avaliações; os que tenham avaliações acima de 8 são confiáveis. A localização era realmente excelente, perto da Avenida 9 de Julio e da Avenida de Mayo (com sotaque portenho se pronuncia “Avenida de Macho”, o que soava bastante engraçado) e de estações de metrô. Com 10 ou 15 minutos de caminhada, estávamos em vários dos pontos turísticos principais da cidade. Buenos Aires é repleta de construções imponentes, é muito impressionante.






Obelisco; para a Sofia, um "fodete"
Até as árvores são imponentes, vejam o pequeno galho deste "Gomero"
Teatro Colon ao fundo
Visitamos a Casa Rosada
E tiramos foto com um soldado da guarda

que virou...
...um meme

Jardins frente à casa Rosada



Foto com um argentino famoso

Achamos que seria legal ficarmos mais uns 2 dias na cidade porque havia muito a conhecer. Procurei por outra hospedagem que fosse tão bem localizada como o hostel em que estávamos, tive bastante trabalho com esta busca, principalmente porque ninguém do Airbnb me dava retorno e porque os hostels que eu achava em Buenos Aires ou estavam numa localização bem pior ou eram muito caros. Então um dos anunciantes do Airbnb me deu resposta, era o dono de um hostel. Ele disse que havia quarto privado de casal e que o banheiro não era compartilhado, mas apenas o dividíramos com 2 viajantes, o que não seria um grande problema. Ficamos na dúvida, mas como pelas fotos o hostel parecia bom e estava muito bem avaliado, decidimos arriscar. Por fim tivemos uma surpresa: acabamos hospedados em um daqueles edifício antigos e imponentes, com o pé direito absurdamente alto. 




O hostel havia sido um apartamento com tantos quartos que foi facilmente convertido em hostel. Tivemos dois dias excelentes lá, em todos os sentidos. E aquele banheiro sobre o qual eu tive dúvidas por ter que dividir com dois viajantes me proporcionou um momento especial e memorável. Ele tinha, sob o chuveiro, aquelas banheiras simples, antigas, sem hidro. Sofia, quando vê o banheiro da “casinha” onde vamos ficar, vai logo dizendo, se não tem banheira: “Esse não tem banho, mamãe”. Ela ama banho de banheira. Então, quando vi a banheira, não tive dúvida: arrumei uma palha de aço e esfreguei com gosto a banheira do hostel. Imaginem a situação da banheira: mesmo o hostel sendo bem limpinho, a banheira estava grudenta e tinha muitos cabelos, afinal muitas pessoas tomavam ducha ali. Me tranquei com ela no banheiro e fiquei lá uns 30 minutos, compartilhando um banho de banheira delicioso com minha filha. Saí da banheira e ainda a deixei lá uns 10 minutos e chamei o pai pra ver a alegria. A empolgação dela foi tanta (“Que banho legal, mamãe! Que gostoso!”) que todo esforço valeu demais a pena. Afinal, pode parecer piegas, mas é a pura verdade: a melhor das visões para uma mãe ou um pai é a carinha de alegria genuína de um filho.

O segundo hostel ficava na Avenina de Mayo, a duas quadras do Congresso

Visitamos o Caminito


Neste segundo hostel, eu e Fernando tivemos uma aula particular de tango, o que foi uma segunda surpresa memorável. E conhecemos pessoas muito especiais, cujas recomendações mudaram um pouco o nosso itinerário.



Galera do hostel

Nesta noite, entre garrafas de vinho e muito bate papo em espanhol e portunhol, Mariela, a primeira da foto, que mora em Salta, cidade que já estava no nosso roteiro, nos recomendou que visitássemos a região de Jujuy, onde poderíamos conhecer o famoso Cerro de los Siete Colores. Eduardo, carioca super viajado, culto e gente boníssima que também estava hospedado no hostel, reforçou a recomendação da Mari e nos mostrou umas fotos irresistíveis no Google. Decidimos então que não poderíamos sair da Argentina sem visitar Jujuy. No dia seguinte, Mari ainda nos preparou um delicioso almoço como não comíamos há algum tempo, porque a comida em Buenos Aires é bem mais ou menos e muito cara. 

Sofia, a essas alturas, começou a pedir muito pra brincar com massinha, então compramos um pequeno kit de massinhas para ela e isso tem sido primordial por toda a viagem. Ela se distrai muito com as massinhas e com os pequenos brinquedos que carrega dentro da mochilinha dela: uma Pinky Pie, uma Peppa sem pernas e sem braços, só com uma orelha, uma galinha pintadinha e alguns muitos brinquedinhos que ela ganhou nos kinder ovos que temos que comprar pra ela rotineiramente porque ela ama, muito mais pela surpresa do que pelo chocolate. 


Primeira grande obra de arte da Sofia com massinhas: Peppa mochileira.
Nesta época, Peppa ainda tinha duas orelhas.




quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Colônia Del Sacramento - Uruguai



Colônia Del Sacramento foi uma colônia Portuguesa do Uruguai, quem já visitou Paraty conhece a arquitetura.


Portal da cidade

Não lembra Paraty?
O centro histórico é muito charmoso, passamos um dia agradável e ensolarado lá. Comemos num restaurante local com ambiente bonito e agradável, porém com comida sem gosto. 



Ruazinha super arborizada
Sofia abraçou muitas árvores
Por volta das 15h, começamos a caminhar calmamente em direção ao terminal para pegar nossas mochilas, que haviam ficado num locker, e pegar a balsa. Então tivemos uma pequena correria: teríamos que ter feito o check in até às 15h para a última balsa, que saía às 16h. Foi burocrático e demorado comprar os tickets, mas os funcionários fizeram um esforço para nos enfiar na balsa, o que me fez crer que o velho jeitinho brasileiro não é exclusividade brasileira. Embarcamos às pressas, às 15:50h, com alívio, porque não estava em nossos planos passar uma noite ali e ainda teríamos que procurar por hospedagem em cima da hora etc. e tal... 
A viagem de balsa balança pra caramba, Sofia sobreviveu bravamente, sem enjoos, com gargalhadas e gritos de “De novo!” a cada vez que o barco sacudia com mais força. Eu me apavorei um pouco e as mãos suaram muito. Em pouco mais de uma hora estávamos em Buenos Aires.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

De volta a Montevidéu



Alugamos um quarto do Airbnb para uma noite em Montevidéu porque queríamos ir a Colônia Del Sacramento e não havia passagens de ônibus saindo de Piriápolis, só de Montevidéu. Para que não fosse tão cansativo para Sofia fazer duas viagem de ônibus em um dia, e também porque estávamos eu e Fernando ainda sofrendo de revertério, achamos melhor dormir por um dia em Montevidéu. Ficamos mais perto do terminal de ônibus e o dia estava bem frio. Ali não há muitas atrações, então apenas passeamos um pouco para matar o tempo. Ao menos estávamos aliviados por ter conseguido sair de Piriápolis. 
No dia seguinte saímos bem cedo para pegar um ônibus para Colônia Del Sacramento. De lá é possível pegar uma balsa direto para Buenos Aires, então nosso plano era ficar até o meio da tarde em Colônia, conhecer o lugar e pegar a balsa. 



Post fora de lugar, só porque eu queria esta foto na entrada do blog como postagem destaque. Tilcara, Argentina. Logo mais postarei sobre esta adorável quebrada.


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Um ciclone.


O ciclone chegando

Vinha rápido e decidido. Em alguns minutos, pudemos sentir as primeiras rajadas de vento da sacada de nosso quartinho, Sofia novamente em êxtase no colo do pai, eu novamente apavorada e o vento cada vez mais intenso. Foi apenas o tempo de pôr fim à festinha dos dois, entrar, fechar e trancar as portas (duas folhas, uma de madeira e outra de vidro) da varanda como havíamos sido instruídos pelos funcionários do hotel e verificar que ele não vinha para brincadeira: antes de tudo, antes mesmo que pudéssemos nos dar conta de seu poder, a energia caiu. Em um minuto, o quarto se alagou e o vento ficou tão forte que Fernando foi obrigado a segurar as portas para que elas não se abrissem. O ruído era admirável. Nesta hora eu fui tomada de desespero, pois estava no meio de um ciclone com minha filha e o que nos separava era apenas uma parede na qual eu já não confiava, dada a violência das batidas do vento contra a porta. Gritei para o Fernando que iria descer com Sofia para o hall, e que ele viesse também porque aquilo tudo iria cair. Ele ficou porque não podia soltar a porta. Depois me explicou que pôs a cama contra a porta e tirou todas as nossas coisas do chão para que não se encharcassem. Enquanto isso, de dentro da área de café da manhã do hotel, eu assistia, pelas janelas, com Sofia no colo e à distância, à violência da ventania. Foram alguns minutos apenas. Pequenas árvores em frente às janelas se sacudiam furiosamente e nada além disso se podia ver, apenas cinza. Um fenômeno perturbador. De repente toda a ventania cessou e uma forte chuva com granizo tomou conta. Essa manifestação também foi rápida, cerca de alguns minutos, ao que se seguiu uma chuva comum e familiar. Quase nada mais fazia lembrar o furor de alguns minutos atrás, a não ser a altura das águas do mar, que invadiram as ruas, e as cenas de destruição que pudemos então testemunhar. Tudo o que estava solto voou. Muito do que estava preso se desprendeu. Telhados e fachadas de estabelecimentos parcial ou completamente destruídos, objetos diversos espalhados ao redor: cadeiras, pedaços de madeira, bancos... Foram no máximo 10 minutos, mas nos transportaram com perfeição para algum desses filmes sobre catástrofes de Hollywood. 

Logo após a passagem do ciclone: o castelinho ficou parcialmente destelhado e a água do mar invadiu as ruas

Fomos obrigados a ficar lá mais um dia, não tanto pelo alerta, que supostamente duraria até quarta-feira porém cessou no dia seguinte, mas sim porque eu fiquei bastante doente do piriri e não estava apta a fazer viagens de ônibus. O Fernando também não estava bem, mas eu fiquei bem pior, me sentindo fraca e febril, fora o revertério. Nos mudaram de quarto para uma suíte interna porque havia o risco de mais ventos e chuvas fortes e alagamento do quarto. Neste dia, Sofia deu grande demonstração de resiliência e flexibilidade: resistiu tranquilamente a um dia inteiro encarcerada em um quarto de hotel apenas assistindo vídeos no youtube e brincando conosco. Nem TV ela quis assistir, porque os personagens dos desenhos “falam estranho”. Pedimos aos funcionários do hotel que deixassem eu cozinhar já que teríamos que ficar mais um dia lá e nossa filha estava há dois dias sem comer. Eles foram generosos e nos propuseram que providenciássemos os ingredientes e passássemos as receitas que eles fariam as comidas, isso seria o máximo que eles poderiam oferecer. A princípio achei que estavam sendo muito inflexíveis, mas depois que passei as receitas cuidadosamente escritas em espanhol do Google Tradutor e o resultado foi praticamente como se eu as tivesse feito, me senti agradecida por não ter tido que sair da cama para cozinhar. As receitas foram passadas em quantidade generosa para que nós também, além da Sofia, comêssemos e foi muito gostoso comer comida familiar: arroz temperado com cebola picadinha, frango amarelo com açafrão e brócolis, tudo preparado no azeite. É a comida preferida da Sofia e ela comeu muito bem, tanto no almoço quanto no jantar. No dia anterior, nem pão havia aceitado, só mamadeira.

O dia foi longo, de muitas chuvas e a noite foi inteira de ventos fortes e barulhentos. Mesmo assim conseguimos sair de lá rumo a Montevidéu. Essa foi a desoladora paisagem que deixamos para trás:



Indo em direção à rodoviária, pudemos ver mais cenas da destruição: muitos restaurantes e lojinhas destelhados e com as fachadas destruídas. Todo o comércio se encontrava fechado, a cidade parecia morta. 

Me fui com a impressão que o paraíso havia se transformado em inferno... Uma pena, porque a cidade é realmente muito charmosa.

De acordo com as notícias que encontrei, os ventos fortes do ciclone atingiram 200 km/h, passaram pelo Rio Grande do Sul com a mesma fúria e chegaram à costa do Brasil 
em forma de fortíssima ressaca no Rio de Janeiro e em Santos.


Apesar dos contratempos, andando pelas ruas, encontramos um cantinho quase perfeito para nós em Piriápolis

Sofia não curtiu muito, sentiu que ficou faltando alguma coisa...





 

Piriápolis - Uruguai



Na manhã de domingo, dia 30, com uma pequena ressaca por termos passado a noite em boa companhia bebendo vinho e cerveja e comendo “hamburguesas”, pegamos um ônibus para Piriápolis, cidadezinha litorânea do Uruguai. Pela primeira vez, Sofia não dormiu e vomitou durante a viagem. Talvez isso tenha sido apenas um sinal de alerta para o que viria...
Ao chegarmos, ficamos encantados com a beleza da cidade, a vista do hotel que tínhamos reservado, o tempo, que estava perfeito, enfim... Um paraíso! Tão bom que resolvemos estender a estadia e reservar um dia a mais no mesmo hotel, pois tínhamos planejando ficar só um dia.

O hotel em que ficamos. Nossa suíte era a da quarta janela, no andar de cima

E essa era a vista de nossa sacada

Linda, né?
Mortos de fome, fomos almoçar em um restaurante qualquer à beira-mar. Sofia não aceitou o arroz amarelo que acompanhava o frango à milanesa, e se contentou em comer miolos do pão que foi servido como entrada. Pedimos também uma salada para acompanhar, já que as refeições no Uruguai aparentemente se baseiam em papas fritas e algum acompanhamento, na maioria das vezes uma milanesa ou um sanduíche. Não sei se não tivemos sorte, mas achamos a comida no Uruguai bastante sem graça. Em compensação, o doce de leite é insuperável! 

O dia foi maravilhoso, praia, sol, brincadeiras na areia, mar gelado para Sofia e Fernando, areia quente para mim e apenas pão e leite o dia todo para Sofia. A nossa grande questão nesta viagem é esta: que Sofia coma. Por isso, também, a hospedagem em albergues e Airbnb são prioridade, já que são espaços que oferecem cozinhas e eu sei exatamente o que (e como) preparar para ela comer. Comer fora com a Sofia é um enorme e frustrante desafio. 

Muito bem, no dia seguinte acordamos todos doentes: Sofia passou a noite tossindo, com resfriado; Fernando e eu, com um fortíssimo desarranjo intestinal. Obviamente Sofia escapou do último por ter – sabiamente – evitado as comidas de restaurante...

Ainda assim, nos aventuramos à caminhada que leva ao Cerro Del Toro, um morro que abriga a lendária figura de um touro de bronze cujos colhões devem ser alisados em busca de sorte. A imagem fica num monte, construída sobre um vulcão extinto, uma atração que pareceu realmente interessante de visitar, mas chegando lá soubemos que o acesso estava fechado porque a cidade estava em alerta vermelho. Fomos instruídos a tomar cuidado e buscar abrigo pois um fenômeno da natureza iria correr mais tarde naquele dia. Alerta vermelho é o alerta máximo de perigo, então fomos para o hotel e aguardamos. O dia estava muito calmo, muito agradável e apenas nublado. Nenhum vento ou chuva, absolutamente nada que anunciasse qualquer tipo de desastre ou perigo. Mas pouco antes das 8 da noite, pudemos vê-lo se aproximando, em forma de enorme nuvem branca no céu e cinza chumbo junto ao oceano: 

Dicas para viajantes - Montevidéu, Uruguai


Buscar hospedar-se nos arredores do centro histórico, da Ciudad Vieja (nas áreas mais próximas às "ramblas") e da Plaza Independencia. Esses arredores oferecem várias atrações.

É aconselhável procurar saber sobre as previsões climáticas.


sábado, 12 de novembro de 2016

Montevidéu - Uruguai



Chegamos a Montevidéu numa quarta-feira e lá ficamos hospedados em um cafofo do Airbnb muito bem localizado na Ciudad Vieja, pertinho da Plaza Independencia. Já aproveitamos para passear e conhecer a cidade. O tempo estava bom logo que chegamos, mas depois começou a esfriar bastante.

Plaza Independencia
No dia seguinte, fomos alertados por uma amiga do Fernando que mora lá que a cidade estava em alerta laranja e que esperava ventos de 70 a 90 km/h. ela nos orientou para que tomássemos muito cuidado e, caso estivéssemos na rua e sentíssemos o vento se intensificar, que buscássemos abrigo. Nosso cafofo era tão escondido dentro do edifício que era difícil identificar se lá fora fazia sol, chuva, frio ou vento, portanto só saindo para saber. E foi o que fizemos à hora do almoço, mais ou menos. Começamos a dar uma voltinha e logo percebemos que o vento estava realmente muito forte. Sofia gritava e gargalhava, alucinada de alegria: “Vento! Vento!”, enquanto eu me borrava. Chegando à Plaza Independencia, notamos que o vento estava cada vez mais forte e que as pessoas estavam correndo e buscando abrigos, e foi o que fizemos também. Entramos em uma pequena galeria e de lá pudemos ver as árvores se agitarem com bastante fúria por um breve período. 

Na galeria, esperando a ventania passar. Não parece, mas eu estava com o * na mão.
Meu medo era que aquilo durasse uma eternidade e que tivéssemos que ficar ali indefinidamente. Mas a coisa melhorou em alguns minutos e pudemos sair, direto para o cafofo, por via das dúvidas. Ainda demos mais uma voltinha mais tarde, mas realmente o dia todo foi de ventos muito intensos. Mais tarde soubemos que os ventos ultrapassaram  os 90 km/h previstos. Muito bem, passamos ilesos por nosso primeiro fenômeno violento da natureza.

Acho que essa imagem define nosso sentimento sobre Montevidéu
Ficamos em Montevidéu por mais 2 dias e, entre outras coisas, vimos um impressionante pôr do sol, que me deu a noção exata da expressão “o tempo não para”. Demorou apenas alguns minutos para que o sol se deitasse sobre as águas do mar e desaparecesse, dando a impressão de ser engolido por elas. Eu achava que um pôr do sol demorava muito e que não teria paciência para assistir. Aí vai um pedacinho, mas já esclareço que ao vivo foi muito mais emocionante, como tudo na vida: 


Montevidéu tem muitos parquinhos, o que fez a alegria da Sofia. 

Se balançando na friaca

Até fez um amigo, o Matheo


Visitamos o teatro Solis. Para Sofia, qualquer visita a museus ou igrejas é uma visita a um castelo e ela sempre bate nas portas procurando pela rainha Elsa. Neste teatro, há manequins com figurinos de peças em exposção e ela fez questão de tirar fotos com cada uma das "princesas". Eram pelo menos 15. Não vou postar todas. 

Um dos três imponentes lustres do teatro. Este é o de tamanho médio.

Uma das 15 fotos com as princesas
Essa de amarelo era a Bela
Também fizemos passeios gelados e mornos pela costa e pelas praças e nos reunimos com uma grande amiga do Fernando, além de fazermos novas amizades.


Passeio gelado





Comemos hamburguesa, bebemos vino e cerveza e gastamos nosso portunhol
Gastar dinheiro é muito difícil no Uruguai, porque um real equivale a 8 pesos, o que faz com que você veja, por exemplo, na embalagem de uma baguete, o estratosférico número 45,00 e que tenha que pagar por volta de 600 a 700 pesos numa compra de ingredientes para fazer um lanche e preparar um almoço. Não sei lidar com números tão grandes.

Mochilão de visitas e despedidas



Depois do Rio, pegamos um ônibus com destino a Taubaté e lá ficamos por dois dias, na casa de uma amiga, onde eu estive quase que o tempo todo trabalhando em uma revisão de TCC (interessados, estou na ativa aceitando trabalhos e dando aulas), mas o Fernando e a Sofia puderam conhecer um pouquinho da cidade na companhia de nossa amiga e sua filha. Sofia ficou encantada em ter uma amiga para brincar. Visitaram a casa do Monteiro Lobatto e o Horto Florestal.

Dani, Dani e Fernando

Passeios em Taubaté
Sítio do Pica Pau Amarelo
Emília

Sofia e Maria

Horto Florestal
Depois rumamos para Campinas de ônibus para um churrasco de casamento.

As noivas, Nathalie e Bárbara, super felizes e apaixonadas! <3

Em Campinas ficamos também por 2 dias, hospedados na casa de uma amiga minha de adolescência. Não tivemos oportunidade de explorar Campinas, mas Sofia teve amigos para brincar e se divertiu muito! E eu aproveitei bastante a amiga que vou ficar um tempinho sem ver...



Sofia e Malu correndo em volta do tapete
De Campinas, pegamos um voo com destino a Porto Alegre. Ficamos uma noite na casa de amigos e Sofia também se divertiu muito com a filha deles. Em Porto Alegre, visitamos a Casa de Cultura Mário Quintana. A visita vale muito a pena, tanto pela arquitetura e história do edifício em si como pelas atrações que oferece.

A Casa de Cultura foi instalada no antigo Hotel Majestic, onde Mário Quintana morou grande parte de sua vida

Depois que descobrimos o espaço kids, não pudemos mais ver nada... Sofia pirou nos brinquedos!


Tomando um cafezinho com o Barney

Então pegamos um ônibus de Porto Alegre para Montevidéu numa viagem que durou mais de 12 horas. Mais uma vez, Sofia colaborou e dormiu praticamente o tempo todo. Que alívio!

Estes pequenos passeios visitando amigos serviram muito bem como despedida de nossa terra natal e foram os melhores dias para Sofia porque em todas as paradas havia crianças para ela brincar. Quero agradecer a todos que nos deram hospedagem, fomos muito bem recebidos em todas as paradas. Não é todo dia que se recebe uma familinha de nômades aventureiros para quebrar a rotina e virar a casa de ponta-cabeça e nossos anfitriões foram muito amáveis e flexíveis.